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88 anos de muita juventude

Enquanto alguns veem o passar dos anos como sinônimo de dores e limitações, outros aproveitam a liberdade e o aprendizado da bagagem pra fazer jus a expressão: melhor idade. Ter o nascimento mais próximo da descoberta da lâmpada do que da criação do Orkut, significa estar hoje nos anos áureos. Estando ou não, há pessoas que, mesmo com o peso dos anos sobre as costas, não deixam de levar a vida com toda a leveza que ela pode ter. Akie é uma destas pessoas.

Nascida em 1928, com apenas 2 anos de vida, chegou ao Brasil acompanhada de seus pais. Vinda da terra do sol nascente, Akie carrega no sorriso a leveza de quem já viveu bastante e segue com sede de descobertas. Próxima de completar 9 décadas de vida, não vê a idade como grande problema, não. Aliás, problema algum. Aos 88 anos, Akie segue levando uma vida ativa e conectada com a natureza. Intercala aulas de ginástica com feiras de artesanato, crochê com trilhas em meio a mata. Quem a conhece sabe: Akie é detentora de um espírito aventureiro, jovem e cheio de disposição.

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Em sua terceira visita a cidade de Gramado, Akie foi convidada pela filha para uma aventura totalmente nova: navegar por corredeiras rio abaixo em um bote inflável! Seu espírito falou alto e ela não titubeou, foi sim à primeira vista. A filha, Kiyoko, que acompanha a mami em todas as aventuras, reservou o rafting, organizou tudo e em uma manhã carnavalesca de sol, Akie descia as corredeiras do Rio Paranhana.

“Não imaginei que 8 pessoas poderiam remar pelas corredeiras de um rio, mesmo sem ter experiência alguma com o remo”, relata Akie, sendo a única na embarcação com experiência em navegação. Nas praias de Angra, no Rio de Janeiro, Akie encontrou uma de suas paixões: o remo. Com habilitação de arrais amador, embala seu espírito aventureiro pelas águas do atlântico sul, desfrutando a brisa e a quietude das águas.

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Se o sedentarismo assola as novas gerações, ele com certeza não é empecilho para quem cresceu algumas boas décadas atrás, quando o trabalho era braçal e a tecnologia mecânica. Dave Roberts é exemplo vivo – e ativo – disto. O americano quer cruzar o país ao melhor estilo mochileiro: nada de hotéis ou pousadas pelo caminho, nem mesmo carona. O velhinho já completou mais de 4,8 mil quilômetros pelo Texas, a pé, de bicicleta e mesmo de caiaque; visitou mais de 40 parques nacionais e seu ritmo médio é de 37 quilômetros por dia carregando nas costas todo seu conforto em 11 quilos de equipamentos. “Espero fazer isso até ficar cansado”, diz Dave, que já coleciona 72 janeiros.

Entretanto, se ainda restar dúvidas quanto a prática de atividades de aventura para quem já superou um cinquentenário de vida, lembre-se de Akie, que depois de curtir uma paisagem linda, refrescante e uma aventura inesquecível, completa: “É pura emoção. Emoção com segurança. Perde quem não tem coragem para se aventurar”.

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